ALIANÇA BÍBLICA UNIVERSITÁRIA DO BRASIL – RELATÓRIO DA PARTE PRÁTICA DO IPL 2010.
25 FEV. 2010
EQUIPE 09: Dayse K. Molina Moreira; Ester Marie Oterhals; Jaquelyne Ferreira; Ludmila Thompson Sathler Freitas; Paulo Silas da Silva Cineas de Castro; Rafael Rodrigues Lima dos Santos; Rômulo Santos de Oliveira.
Igreja: Igreja Presbiteriana do Brasil de Vila Rosália, Limeira-SP.
A princípio, ficamos apreensivos quanto ao local em que ficaríamos e que atividades realizaríamos. Éramos muito diferentes em tudo, inclusive nos pensamentos, mas não tínhamos noção daquilo que Deus nos preparava... Poucas lembranças hão de se comparar àquela em que fomos enviados por imposição de mãos pela equipe organizadora do IPL 2010, foi, talvez, o que culminou para termos certeza de que não estávamos juntos ali por força de um destino desconhecido, mas por causa da santa vontade de Deus Pai em seus planos para nós.
Os contatos prévios que tivemos com a igreja foram feitos com abuenses. Na verdade não tivemos que planejar muito, embora quiséssemos forjar várias atividades, pois já estavam basicamente prontas e a igreja só aguardava um reforço nosso.
Chegamos a Limeira por volta de 16h00min do dia 22 de janeiro, sexta-feira, e fomos levados direto pra igreja, onde fomos recepcionados por uma turma de jovens que nos esperavam ansiosos. Conversamos com eles e logo em seguida recebemos as orientações para o cumprimento da nossa 1ª atividade, que seria realizada ainda na sexta-feira, num centro de recuperação de dependentes químicos e alcoólicos. Tivemos, nessas orientações, um primeiro contato com o seminarista e pastor dos jovens, Vagner Miranda, que sempre esteve à frente de todas as atividades que realizamos e a presença dele nesses dias de PP foi mais forte que a do próprio pastor da igreja, ele é um verdadeiro líder-servo, o que fala e dá o exemplo. Após essa recepção fomos levados às nossas novas famílias: Dayse ficou em uma casa; Ester e Ludmila em outra; Jaquelyne com outra família e Paulo, Rafael e Rômulo puderam dividir o mesmo quarto! Em torno de 19h30minh pegamos estrada para a visita ao 1º centro de recuperação e ficamos impressionados com o comportamento dos internos que ali estavam, eles pareciam mais “crentes” do que nós mesmos, louvavam ao Cristo libertador com tudo que tinham, basta observar a letra da música que cantavam e faziam até os gestos:
Andava pela estrada, esquerda e direita
Eu andava muito louco, de cabeça feita
Quando de repente, uma luz brilhou
Jesus Cristo apareceu e me libertou
Vida, Jesus Cristo é a vida (vida, vida!) (2x)
A música dos Beatles não traz paz real
Mas a paz que Cristo dá te deixa legal
A ilusão das drogas pode te matar
Mas antes que aconteça, quero te falar
Vida, Jesus Cristo é a vida (vida, vida!) (2x)
Lá no 1º centro de recuperação que fomos Paulo Silas teve a oportunidade de compartilhar a Palavra do início do sermão do monte: a verdadeira felicidade em contraste com o episódio de Paulo e Silas na prisão. Geralmente a igreja só tem permissão para permanecer lá até, no máximo, 1hora e 10 minutos, e nesse dia pudemos exceder esse tempo em 50minutos e em nenhum momento os internos demonstraram vontade parar, pelo contrário, ficaram muito felizes com a presença de tanta gente por lá (geralmente é um grupo pequeno de homens da igreja que faz esse trabalho lá semanalmente). No centro de recuperação pudemos nos sentir parte do processo de dignificação do homem, emprestando ouvidos àqueles homens ao mesmo tempo em que nos despimos de ideologias e posição social para nos colocarmos em igual condição de seres humanos que necessitam da preciosa graça de Deus.
O sábado foi bem cheio. Pela manhã, fomos à igreja para de lá acompanhamos a igreja em uma atividade rotineira de evangelismo na praça, aprendemos que não se cobra nada por um abraço forte e sincero em um completo desconhecido, vimos que a curiosidade do ser humano se sobrepõe à sua pressa (pantomimas, malabarismo e hip hop chamam bastante atenção, a Lud descobriu um novo dom essa manhã: fazer pintura em crianças! Ah, ainda tem o Rafa que fez um duelo de hip hop com um homem desconhecido). Fomos pras “nossas casas” e às 14h00min retornamos para a igreja e ensaiamos uma pantomima que Dayse nos ensinou, que falava de como as pessoas não aceitam seguir após Jesus, mas querem moldar Jesus às suas vontades próprias. Logo após, nos infiltramos num casamento de desconhecidos (pesquisas comprovam os nomes dos noivos: Camila e Andrews), será que foi a parte prática das palestras da Márcia sobre relacionamentos!? Depois do casório tivemos a nossa maior lição de persistência e amor pelas pessoas. A igreja tinha planejado uma noite de evangelismo na Praça Maria Buzolin, mas só que a caminho da praça fomos surpreendidos por uma forte chuva. Qualquer um de nós teria desistido diante da chuva e do forte frio, não fosse o exemplo da igreja que buscou um plano “B” e mudou a rota para outro bairro, o Nossa Senhora das Dores, onde existe uma praça que é coberta. Foram 13 carros de membros da igreja, fora as motos. Na praça havia poucos jovens, uns 15 no máximo. Detalhe: não tinha luz quando chegamos e mais uma vez a persistência prevalece... ligaram os faróis dos carros e começaram o evangelismo. O grupo Resgate fez pirofagia, pantomimas e hip hop e nossa equipe contribuiu com a pantomima que ensaiamos na tarde do mesmo dia. Também nos impressionou a interação dos jovens do bairro com os da igreja que fizeram manobras de skate.
Ah, o domingo, o dia do Senhor! Pela manhã, nos dividimos em dois grupos, como havíamos planejado, para dirigirmos as EBD’s nas classes de adolescentes e jovens. Dayse, Paulo e Rafael apresentaram a ABS à classe de adolescentes e realizaram um vídeo-debate sobre o documentário da Globo Filmes “Pro Dia Nascer Feliz”, tratando de questões conflitantes comuns à adolescência, (in)dependente do status social. Ester, Jaquelyne, Ludmila e Rômulo falaram sobre ABU, identidade cristã e missão integral a partir do lado de fora dos muros da igreja local, com o testemunho de intercâmbio de Ester. Depois das EBD’s, fomos a um churrasco na casa do Sr. Jorge, o pai que adotou os três mosqueteiros da equipe 09, corajoso ele heim?! Nesse almoço, reservamos um tempo (enquanto o pessoal todo da igreja ainda não tinha chegado) para avaliarmos nosso trabalho enquanto equipe e fazer um balanço dos aprendizados individuais e coletivos até ao momento. Depois nos dividimos e abrimos diálogo com os demais irmãos presbiterianos. Deu até pra tirar um cochilo depois. À noite, tivemos um espaço no culto para falarmos sobre o movimento estudantil da ABUB, reapresentar nossa pantomima e receber a oração da Igreja. Logo depois, uma saidinha pra um lanchinho básico.
Na segunda-feira, pela manhã, descansamos e curtimos as nossas famílias. À tarde tínhamos planos de orar no monte, mas os céus avisaram que viria chuva e daí executamos, novamente, o plano “B” e fomos ver um filminho na casa do Antony, membro da igreja, mas na verdade nem todos viram o filme, alguns dormiram logo no início e não despertaram nem com a bélica trilha sonora do filme. À noite tivemos nossa última atividade oficial da PP, uma visita a outro centro de recuperação de dependentes químicos e alcoólicos, o “Recomeço”. Lá vimos mais uma vez a busca por dignidade humana e a confiança de um novo recomeço às mãos de Deus, vimos que Deus, através do trabalho da igreja lá dentro motivou o surgimento de ministérios conduzidos pelos próprios internos, um homem, inclusive, que está para cumprir seu tempo por lá, mas anseia permanecer mais um pouco por amor aos que ficam. Dessa vez, foi Rafael quem pregou e falou sobre o caráter de José e a sua opção por viver corretamente perante Deus e os homens, e como foi postumamente honrado por isso. No retorno, paramos na Igreja para falarmos dos dias que passamos por lá, agradecemos a acolhida e aprendizados e crescimento que nos proporcionaram e ouvimos da igreja, mais uma vez, a sua satisfação em nos receber e compartilhar conosco dessas experiências inesquecíveis, mais uma vez recebemos oração. De lá fomos lanchar, trocamos contatos com os jovens da igreja e presenteamos o pastor dos jovens, Vagner (grande Vagninho!), com o livro “Mochila nas costas e diário na mão” de Elben M. Lenz César.
A terça-feira foi a primeira dor de parto do IPL, saímos de Limeira logo pela manhã e fomos a primeira equipe a chegar sã e salva ao “Lar”.
Todos concordam que esse período foi física e psicologicamente desafiador e repleto de oportunidades de crescimento, como servos que se dispõem a deixar de lado seus diferentes pontos de vista em prol do bem comum dos que já fazem parte da comunidade do Reino e dos que podem chegar a essa comunidade através de nós, que somos meros USB’s do Evangelho. Teríamos crescido bem mais se tivéssemos delegado funções a cada um de acordo com o que não se está acostumado, assim poderíamos ter tido mais falhas e com elas mais aprendizado... O que importa, é que em nossas diferenças percebemos a importância de cada um no grupo e como “juntos somos um corpo em Cristo”.
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